Capítulo XXI
Haverá Falsos Cristos e Falsos Profetas Instruções dos Espíritos Item 11
Jeremias e os Falsos Profetas
11. Eis o que diz o Senhor dos exércitos: Não escutai as palavras dos profetas que vos profetizam e que vos enganam. Eles falam das visões de seu coração e não o que ouviram da boca do Senhor.
* *É a visão dos seus corações que os faz falar: Jeremias se refere à categoria moral humana que abusava do dom da profecia e a explorava. Esta realidade permeia a história da fé. Ainda hoje, falsos profetas exploram a credulidade dos desamparados e desesperados. Além dessa leitura, temos a visão de Emmanuel, interiorizando os falsos profetas, ou seja, criando o paradigma da responsabilidade pelas falsas palavras, falsos atos, uso de máscara falseando a realidade, Emmanuel interioriza a palavra de Jeremias: somos os falsos profetas da fraternidade, por exemplo, quando somos maledicentes; ou os falsos profetas da verdade, quando mentimos; dentro da “pedagogia da responsabilidade” , lançada por Emmanuel em sua vasta literatura, através da psicografia do médium Chico Xavier, temos uma ampla leitura e aprendizagens a serem feitas a partir dessa instrução dos Espíritos quanto aos falsos profetas. Eles dizem aos que me blasfemam: O Senhor disse: Vós tereis paz; e a todos que caminham na corrupção de seu coração: Não vos acontecerá nada de mal. Mas, quem entre eles ouviu o conselho de Deus; quem viu e ouviu o que Ele disse? Não enviava os profetas, eles iam por eles mesmos; não os falava, eles profetizavam da própria cabeça. Ouvi o que falam estes profetas que profetizam a mentira em meu nome; dizendo: Tive um sonho, tive um sonho. Até quando esta imaginação estará no coração dos profetas que profetizam mentiras e cujas profecias não são senão seduções para o coração? Se, portanto, o povo, ou um profeta, ou um padre vos interroga e vós dizeis: qual é o fardo do Senhor? Vós dizeis: Sois vós mesmos que sois o fardo, e eu vos jogarei bem longe de mim, diz o Senhor. (Jeremias, 23: 16-18, 21, 25, 26, 33). Luis, Espírito Protetor Karlsruh, 1861 É sobre esta passagem do profeta Jeremias que quero tratar convosco, meus amigos. Deus, falando pela sua boca, diz: “É a visão de seu coração que os faz falar”. Essas palavras indicam claramente que já, naquela época, os charlatões e fanfarrões abusavam do dom da profecia e a exploravam. Eles abusavam, por consequência, da fé simples e quase cega do povo, predizendo, por dinheiro, coisas boas e agradáveis. Este tipo de fraude era muito comum entre os hebreus, e é fácil de compreender que o pobre povo, em sua ignorância, não podia distinguir os bons dos maus, e era sempre mais ou menos enganado pelos que se diziam profetas, mas que não eram senão impostores ou fanáticos. Não há nada mais significativo do que estas palavras: “Não enviei estes profetas, eles foram por eles mesmos; não lhes falei e eles profetizaram”. Mais adiante ele diz: “Eu ouvi esses profetas que profetizaram a mentira em meu nome, dizendo: Sonhei, sonhei”; ele indicava assim, um dos meios empregados para explorar a confiança que se tinha neles. A multidão, sempre crédula, não pensava em contestar a veracidade de seus sonhos ou de suas visões; achava tudo aquilo natural e convidava sempre esses profetas para falar. Após as palavras do profeta, escutai os sábios conselhos do apóstolo São João, quando diz: “Não acreditai em todo Espírito, mas provai se os Espíritos são de Deus”; pois entre os invisíveis existem também aqueles que se comprazem em enganar quando encontram ocasião. Os enganados são, bem entendido, os médiuns que não tomam as necessárias precauções. É neste ponto que se encontra um dos maiores obstáculos, contra o qual muitos se chocam, sobretudo quando são noviços no Espiritismo. É para eles uma prova que não podem triunfar se não agirem com grande prudência. Aprendei, portanto, antes de qualquer coisa, a distinguir os bons dos maus Espíritos, para, por vossa vez, não vos tornardes falsos profetas.
“Ninguém tem o destino do sofrimento. Ele é o resultado da ação negativa, jamais a causa” . (Joanna de Ângelis)
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