Bem Aventurados os Mansos e Pacíficos Instruções dos Espíritos Item 6 e 7
A Afabilidade e a Doçura Lázaro Paris,1863
6. A benevolência para com os seus semelhantes, fruto do amor ao próximo, produz a afabilidade e a doçura, que são sua manifestação. No entanto, nem sempre se deve fiar nas aparências.
* * O alerta às aparências de bondade e não real bondade é aqui, mais uma vez, deixado pelos Espíritos. Não basta que os lábios destilem leite e mel; somos chamados ao exame íntimo, propondo unidade de sentimentos e atos, fé e obras, similitudes. A Doutrina Espírita tem na sua carta de princípios essa busca de unidade íntima como caminho de intercâmbio com o Mundo Maior. A educação e os costumes do mundo podem dar o verniz destas qualidades. Quantos não existem cujas fingidas bonomias não passam de máscaras para o exterior, uma vestimenta cujo corte calculado dissimula as deformidades escondidas! O mundo é repleto desse tipo de pessoas que têm o sorriso nos lábios e o veneno no coração; que são brandas contanto que nada as incomode, mas que mordem à menor contrariedade; cuja língua dourada quando falam pela frente, transforma-se em dardo envenenado quando estão por detrás. A essa classe pertencem ainda certos homens, benignos no exterior, mas que, tiranos domésticos, fazem sofrer sua família e seus subordinados, com o peso de seu orgulho e despotismo, como a quererem desforrar-se do constrangimento que sofrem quando fora de casa. Não ousando um ato de autoridade para com estranhos, que os colocariam em seus devidos lugares, querem, ao menos, fazerem-se temidos por aqueles que lhes não podem resistir. Envaidecem-se de poder dizer: “Aqui mando e sou obedecido”; sem imaginar que poderiam acrescentar, com mais razão: “E sou detestado”. Não basta que os lábios gotejem leite e mel; se o coração nada sente, é pura hipocrisia. Aquele cuja afabilidade e doçura não são fingidas, nunca se desmente; é sempre o mesmo diante do mundo e na intimidade; sabe, aliás, que se pela aparência consegue enganar os homens, não engana a Deus. A Paciência Um Espírito Amigo Havre,1862 7. A dor é uma benção que Deus envia a seus eleitos. Não vos aflijais, portanto, quando sofrerdes, mas, ao contrário, bendizei o Deus Todo-Poderoso que vos marcou pela dor aqui na Terra, para a glória no Céu. Sede pacientes. A paciência é também uma caridade e deveis praticar a lei da caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na esmola aos pobres é a mais fácil das caridades; mas há uma bem mais penosa e, consequentemente, bem mais meritória, que é a de perdoar aos que Deus colocou em nosso caminho para serem o instrumento de nossos sofrimentos e provar nossa paciência.
* * Arte de esperar e confiar na Providência Divina aqui se expressa em todo seu esplendor. Uma outra caridade nos é pedida, aquela que nos faz olhar com paciência os que nos ferem. Revela-se aqui a base do perdão; na paciência temos o impulso íntimo, traduzido no sentimento de confiança e espera, que predispõe a alma à dinâmica da tolerância e esquecimento das ofensas. A vida é difícil, bem o sei. Ela se compõe de mil nadas que são pequenas alfinetadas que acabam por machucar. No entanto, é preciso considerar os deveres que nos são impostos e, por outro lado, as consolações e compensações que recebemos e, então, veremos que as bênçãos são mais numerosas que as dores. O fardo parece menos pesado, quando se olha para o alto do que quando se curva a fronte para a terra. Coragem, amigos, o Cristo é vosso modelo. Ele sofreu mais que cada um de vós e nada tinha a se repreender, enquanto que vós, tendes vosso passado a expiar e a vos fortalecer para o futuro. Sede, pois, pacientes; sede cristãos, esta palavra encerra tudo.
“Em qualquer crise da existência, conserva a calma construtiva, de vez que os nossos estados mentais são contagiosos e, asserenando os outros, estaremos especialmente agindo em auxílio a nós. Ainda que os amigos de outro tempo não te reconheçam em teus dias de inquietação, Deus te vê, provendo-te de recursos, segundo as tuas necessidades. “ (EMMANUEL – Livro:PACIÊNCIA - 18 No instante difícil - Chico Xavier)
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